A fibromialgia é uma síndrome que afeta principalmente mulheres e causa fortes dores crônicas nos músculos, tendões e articulações, além de insônia e cansaço geral. Pacientes que desenvolvem fibromialgia apresentam dor crônica sem motivo aparente, que dura muito tempo e com intensidade que varia conforme os períodos de crise, além de sintomas gástricos, exaustão, entre outros sintomas difusos.
Existem fatores físicos e psicológicos no desenvolvimento da fibromialgia. A causa completa ainda não é conhecida. Mas fatores genéticos aumentam a propensão para que isso ocorra. Sabe-se que a maioria das pessoas que passam por isso já experimentou traumas físicos ou emocionais em algum momento de suas vidas. Distúrbios hormonais e deficiência de vitaminas também podem estar relacionados à patologia.
Por se tratar de uma síndrome com sintomas difusos, é difícil estabelecer rapidamente um diagnóstico preciso, pois não existe exame laboratorial que a detectar A diagnose é clínica e psicológica, e o paciente costuma demorar para apresentar uma crise aguda. Nesse contexto, começamos a vivenciar a primeira dificuldade, onde essa pessoa na maioria das vezes já consultou muitos médicos sem ser diagnosticada, e é tachada de pessoa dramática, preguiçosa e de “corpo mole” na família, no trabalho, incluindo termos depreciativos para cefaleias crónicas e fadiga inexplicável.
A vida dessa pessoa é afetada pela doença pois às vezes, quando não está controlada, o indivíduo apresenta dificuldade de concentração, insônia, o que provoca uma perda maior de concentração durante as atividades diárias, problemas no trabalho, aprendizagem ou tarefas familiares. Tende a interferir também nas relações interpessoais, isolando-se dos outros para não ouvir críticas ou ter que explicar algo que não é fácil de entender, mesmo para quem está sofrendo, e é muito comum desenvolver ansiedade e depressão, em particular.
O apoio psicológico é essencial para pacientes com fibromialgia, assim como o suporte clínico, uma vez que a doença pode estar diretamente relacionada a fatores emocionais, sendo que as crises de dor se intensificam quando o indivíduo está deprimido, aumentando assim os quadros de estresse e pressão emocional ou ansiedade, por exemplo. Portanto, a terapia neste caso busca maior estabilização emocional da pessoa identificação dos gatilhos que causam estresse ou ansiedade e maior controle sobre eles.
A autoconsciência desenvolvida na psicoterapia é essencial para poder predizer as reações emocionais, para poder lidar com as nossas emoções de forma muito mais correta e decisiva, isso significa muito no caso de crises de doenças. Não podemos mudar todo o ambiente mas sim reagir de forma diferente e ter percepções diferentes que não nos tragam cefaleias emocionais, que nos ajudem a prevenir a depressão, por exemplo, quando ela ainda está na infância. Em alguns casos, é necessária a supervisão de um psiquiatra além de um psicólogo.
Em qualquer caso, o que queremos deixar como destaque é que a a doenca Fibromialgia é real, embora difícil de diferenciar em termos diagnosticos, e que a dor emocional das pessoas que sofrem desta patologia é muitas vezes tão grande como a dor física, exatamente porque não têm diagnostico diferencial. É necessário uma diagnose precisa e depois um tratamento abrangente, embora clinicamente não haja cura no momento, o que não impossibilita o indivíduo de conviver pacificamente com a doença se ela estiver controlada.
FONTE: Texto inspirado e adaptado da Sociedade Brasileira de Reumatologia – Cartilha para pacientes. Criação e desenvolvimento: Comissão da dor, fibromialgia e outras síndromes dolorosas de partes moveis